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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Jovem, negro e da periferia é o perfil de quem mais morre no CE

Recentemente, o perfil da maioria das vítimas assassinadas no Ceará foi delimitado pelo Governo estadual. Homens negros, de 15 a 29 anos de idade, com baixa escolaridade e renda compõem a maior parte das estatísticas dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que, em 2017, ultrapassaram todos os registros dos anos anteriores no Estado.

Apesar da mudança no retrato e da quebra de estereótipos de quem mora em áreas críticas em relação à violência, o jovem negro permanece como alvo principal da hostilidade proveniente da violência. Conforme o relatório sobre o diagnóstico socioeconômico e criminal divulgado pelo Governo, no Nordeste e, principalmente, no Ceará há uma maior incidência de mortes dentro deste perfil.

Os dados do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência mostram que, de janeiro a julho de 2017, 522 adolescentes foram assassinados no Ceará. O balanço alarma para um agravamento da violência letal especificamente em Fortaleza, local onde houve um aumento de 71% de assassinatos de adolescentes em relação a igual período de 2016.

O relatório feito no ano de 2015 para subsidiar a elaboração do Plano de Ações Estratégicas do Pacto por um Ceará Pacífico traz que a correlação do percentual de população analfabeta e taxa de CVLI é a mais intensa encontrada entre todos os indicadores. Além disso, o diagnóstico apontou que, mesmo ao passar dos anos, o perfil dos homicídios no Estado permanecia o mesmo, sobretudo nas cidades de médio e grande porte e prevalecendo o uso das armas de fogo.

Fonte: Diário do Nordeste