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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Senado derruba decisão e Aécio retoma mandato

Por 44 votos a 26, o plenário do Senado decidiu barrar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e devolver o mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Não houve nenhuma abstenção. Para atingir um resultado, eram necessários pelo menos 41 parlamentares a favor ou contra o tucano - caso contrário, a apreciação teria que ser refeita em outra data.

Dos 44 senadores que votaram para derrubar as medidas cautelares impostas pelo Supremo ao tucano, ao menos 19 (43,2%) são alvo da Operação Lava-Jato. A maior parte deles (10) é do PMDB, partido que mais deu votos a favor do senador mineiro - foram 18 no total.

A sessão foi aberta por volta das 17h (16h no Ceará). A fase de discussão sobre o caso durou cerca de duas horas. Dez senadores falaram na tribuna -cinco contrários à decisão do STF e outros cinco favoráveis. Falaram contra o afastamento os parlamentares Jader Barbalho (PMDB-PA), Telmário Mota (PTB-RR), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Roberto Rocha (PSDB-MA) e Romero Jucá (PMDB-RR). Álvaro Dias (PODE-PR), Ana Amélia (PP-RS), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e Reguffe (Sem partido-DF) foram favoráveis.

Ao comentar o resultado da votação, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmou que a decisão do Plenário "é soberana".

O cearense acrescentou que procurou seguir as determinações regimentais, com as questões de tempo e número de oradores favoráveis e contrários.

Por ser presidente da Casa, o senador não votou para se manter isento. Eunício lembrou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, já havia determinado a votação aberta. Segundo o presidente, essa determinação terminou evitando a apresentação de questões de ordem, que poderiam atrasar a votação. Eunício negou que a decisão tenha sido corporativa e lembrou que "apenas dirige os trabalhos" e que presidente não vota "nem faz encaminhamento de matéria".

O senador José Pimentel (PT) votou a favor do afastamento do tucano. Já Tasso Jereissati (PSDB) que preferia não se pronunciar sobre o caso, votou contra a decisão do STF e seguiu a linha do partido que defendia que as medidas cautelares contra os parlamentares precisam ser submetidas ao aval do Congresso.



Fonte: Diário do Nordeste